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quinta-feira, 22 de maio de 2008

O meu BEM-HAJA

Quarenta anos passaram, é uma realidade, partimos imberbes e regressamos feitos Homens.
Alguns vieram com a dureza dos tempos vividos estampada no rosto, outros com o corpo marcado para todo o sempre.
Esfusiantes aninharam-se como putos no seio dos familiares, ainda hoje não sei dizer com clareza quem terá sofrido mais, nós os que partimos ou os familiares que deixamos.
Trouxemos os nossos mortos, que em combate morreram em nome de uma Pátria, que até aos dias de hoje não soube reconhecer os seus filhos, talvez por vergonha.
Mas este pequeno artigo, não pretende contar o passado, pretende sim fazer uma homenagem a um Homen que sempre nos tem acompanhado nestes belos encontros, esse homem é o ex-capitão João Sena, hoje Tenente Coronel na reserva.
É um regalo ler e reler os artigos deste nosso Amigo, mais uma vez foi um regalo ler a seu artigo ESTÁ A ANDAR ! PASSA PALAVRA !
Os meus contactos com o Capitão João Sena, não passaram de umas cordiais saudações e pequenas brincadeiras desportivas.
Embora nos meus dias passados na sala de Operações, ter tido a percepção de que não era dos oficiais mais estimados pelo seus superiores.
Não foi uma total surpresa ver o modo como se tornou escritor, a sua arte em contar estórias já se expressava no jornal do BCAV, era frequente aparecerem alguns textos seus que o indiciavam como contador de estórias.
Quarenta anos já lá vão após a nossa chegada, partimos com a cabeça vazia, chegamos com a cabeça cheia, Homens feitos.
Para mim estes encontros são sempre uma mistura de Alegria e de sabor Amargo, nunca poderei esquecer aqueles que por lá tombaram em defesa de uma Pátria que sempre os desprezou, e é com alguma dor que em cada encontro sei que mais um Camarada partiu para sempre.
O Amigo João Sena e a sua inseparável companheira de muitos anos a Júlinha como ele meigamente a trata, têm marcado sempre com uma forte presença nestes encontros a sua verdadeira amizade pela rapaziada, mesmo nos tempos mais dificeis porque passaram.
Para eles os meus agradecimentos, e um Bem-Haja bem forte, por não se esquecerem desta rapaziada.
Não temos medalhas para lhe oferecer, mas por direito próprio já ganharam o nosso tradicional abraço amigo de despedida, com um até para a próxima.

Publicado por A.David

Começam a partir ...

Vai ser celebrada a Missa do 30º. dia por alma do MAJOR LUIS MOREIRA, no próximo sábado, dia 24 de Maio, às 19h00, na Igreja de Nossa Senhora de Fátima, em Lisboa.
Quem quiser e puder comparecer deve fazê-lo .
Avisar todos os camaradas possíveis.

terça-feira, 20 de maio de 2008

ESTÁ A ANDAR... PASSA PALAVRA!

Apesar das minhas muitas contradições, dos mais variados aspectos, entrar no Santuário de Fátima nunca me foi indiferente. Muito para além do místico e do sagrado que ali sinto, é a fé dos simples, a esperança dos deserdados ou desiludidos, o que me arrepia e comove.Tenho pena que a minha espiritualidade seja um pouco de trazer por casa, não obstante a educação exemplar que me foi dada.Desta vez ainda foi mais forte o sentimento e a comoção!
No passado domingo, dia 18 de Maio de 2008, voltávamos, quarenta anos depois de ter regressado da Guerra em Angola, para agradecer à Santa Virgem Maria a graça de termos vindo e, também, pedir misericórdia e refrigério para as almas dos nossos do BCAV 1883, que lá, no Altar da Pátria, imolaram a juventude e a própria vida.Viemos para rezar, também, por aqueles que nos foram deixando ao longo destes anos e hoje mais não são do que a nossa Saudade.E já são tantas as cruzes que assinalam aqueles que partiram para sempre!No almoço da Fraternidade encontrámo-nos com os vivos e nos abraços, sentidos e apertados, podemos expressar a alegria do reencontro de gente a quem estamos profundamente ligados pelo coração.Como sempre é um sentimento de amargo e doce revê-los:
os meus meninos imberbes, a quem dei a recruta, no ano distante de 1966, no Regimento de Cavalaria 7, em Lisboa ! Os anos embranquecerem e devastarem-lhes os cabelos, que tantas vezes mandei “rapar à éca”!
As rugas que o suor lhes cavou nas faces, de uma vida de trabalho, atestam porque são Homens de Bem.Vejo-os chegar, de braços abertos:
são Homens de corpo inteiro, acompanhados pelas esposas, filhos e netos, também eles pedaços ambulantes da minha Família e… perdoem-me a vaidade, comungo da sua alegria e do seu sucesso, nesta jornada de Fraternidade daqueles que passaram e viveram juntos tantos perigos, tantas noites de vigília, fomes, secas e sedes, medos e solidariedades do ter que ter coragem, do ter que ir em frente, apenas com a generosidade de quem tem vinte anos.O seu sucesso, também é o meu sucesso!E quando um deles, na hora da despedida, me dá um abraço “como se abraçasse o meu falecido pai”, eu sinto um Orgulho enorme, que está muito para além dos louvores, das medalhas, que não tive, e das muitas injustiças de que a vida militar me foi tão pródiga:
e ficam-me os olhos rasos de água!Então, encho o peito de ar e como faziamos no "trilho", no tempo da Guerra, é sempre imperioso seguir em frente:- Está a andar! Passa palavra!
João Sena

segunda-feira, 19 de maio de 2008

40º Aniversário BCAV1883 - 2


A perspectiva da minha mesa

40º Aniversário BCAV1883



Decorreu ontem com grande brilhantismo e muitas presenças o n/Encontro em Fátima

Aqui uma foto enquanto decorria a missa a que todos os ex-combatentes assistiram

sábado, 17 de maio de 2008

Compª De Construções 1708


Acabei de receber um telefonema do António Almeida a comunicar-me que amanhã vai comparecer ao n/Encontro em Fátima.O AAlmeida pertencia á Compª de Construções 1708 , que estava sediada no Luso ao mesmo tempo que nós.


Conhece e gostava de rever os seus amigos e camaradas que na altura estiveram juntos, principalmente da CCS. A S/companhia també esteve no Luacano , onde ajudou a construir o n/Quartel ( CCAv 1537 ).

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Apresentação

Uma amostra da forma como vai ser apresentado o ante-projecto das páginas do livro "Montra dos Vivos"

quinta-feira, 15 de maio de 2008

"Vem comigo à guerra do Ultramar "

É sob este título que o Coronel ANTÓNIO LUIS MONTEIRO DA GRAÇA nos brinda com uma série de retratos, autênticos e genuínos, como ele próprio, sobre as suas experiências nas Campanhas em África.
Percorreu os três teatros de Guerra: Moçambique (1961/1962), Guiné (1964/1966), Angola (1967/1969) e novamente Moçambique (1971/1973) e das suas experiências, do que viu, ouviu e sofreu, fala com a generosidade e o realismo de um Homem Bom.

Nas “páginas em sangue”, no dizer de Virgílio Ferreira, ficam plasmadas situações concretas de profunda violência, do morrer e viver, do amar e sofrer, de humor e ternura, de que a Guerra é farta.

Com verdade, tentou espelhar as dificuldades de todo o tipo sofridas ao tempo em Moçambique; a violência e a morte, sempre presentes nas “bolanhas” da Guiné e a tarefa heróica do viver o dia a dia dos combatentes; as vicissitudes em Angola, nos Dembos e no Leste, onde foi meu Segundo-Comandante e tive a honra de ser seu amigo; e novamente em tempos já muito difíceis em Moçambique, no Niassa, nas mais diversas actividades de apoio às populações, que conheceu, estimou e tentou compreender. Ajuntou a toda esta narrativa opiniões explícitas de figuras importantes e menores.


Do blogue " O Caçador de Brumas " de João Sena


--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Também foi meu Comandante ( era o 2º Comandante do BCAV1883 ) na 2ª parte da n/Comissão , portanto já no Leste . Tivémos poucos contactos fora dos institucionais e sem ser um militarão era pelo contrário um militar de fino trato , culto , respeitador e muito respeitado

40º Aniversário dia 18 em Fátima

Camaradas:
Apesar das incrições estarem num nível satisfatório , a verdade é que queríamos mais , queríamos uma participação em massa.
Contactai um camarada amigo que ainda não esteja inscrito e trazei-o .
Vinde com a v/família , vai ser uma grande Dia.
Até Domingo , um abraço para todos.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Montra dos Vivos 6


Uma amostra do que poderá vir a ser uma página do livro

Montra dos Vivos 5


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Montra dos Vivos 4

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Montra dos Vivos 3

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Montra dos Vivos 2

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Montra dos Vivos 1


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terça-feira, 13 de maio de 2008

Faz hoje 40 anos

Mar e mar , à volta só àgua , de repente Terra à vista , era o ponto esperado.
A meio da tarde, o navio atracado , a Terra chegado.
A Noite longuísssima , longa de mais , tinha acabado.
Era o dia 13 de Maio de 1968 , o mês afamado.

Angola não teve culpa nenhuma , as minhas homenagens

terça-feira, 6 de maio de 2008

IN MEMORIUM..............







O MEU AMIGO LUIS MOREIRA PARTIU PARA SEMPRE




Comecei a conhecer melhor o Luís Moreira, quando em 1966 nos reunimos no RC3, em Estremoz, para formar o BCAV 1883. Ele regressara, há um ano, de comandar uma das CCAV no BCAV 399, o Batalhão do Coronel "Totobola".Já no Norte de Angola comandámos, ele a CCav1536(Balacende) e eu a CCav1537(Quicabo e Intervenção). No Leste, estivemos ele, em Teixeira de Sousa, e eu no Luacano.
Tive assim oportunidade de o conhecer bem, admirar e fazer uma amizade que ficou para toda a vida.
No estreitar dessa amizade fomos compartindo muitos dos bons momentos, de que guardo a memória mais gratificante, e também outros, solidários nas tempestades que a vida nos reservou; assim, fomos passando os anos.
O Major de Cavalaria, Luis Francisco Pinto de Sousa Moreira foi um, dos muito poucos Oficiais, na Arma da Cavalaria, que nos anos da Guerra só esteve no "mato". Ao contrário de muitos, nunca lhe tocaram, "alcatifas", polícias, quartéis generais e ares-condicionados. Tampouco teve tempo para "conspiratas" e fraternidades.A única fraternidade a que sempre teve Orgulho e Honra de pertencer vinha dos seus tempos de menino quando aos dez anos entrou no Colégio Militar.
Cansado e desiludido tentou e conseguiu passar à situação de Reserva; nesta situação, ainda foi mobilizado para como Major fazer uma comissão num Comando Operacional na Guiné!
Sem ressentimentos pelo insólito de fora vítima, tentou e conseguiu iniciar uma carreira na vida civil, com sucesso.
Após o "25 de Abril" acenaram-lhe com o regresso ao Activo.
Não quis assim ser mais um no amontoado comboio revolucionário de "sindicalistas","lutadores antifascistas", "mutilados", "traumatizados" e "objectores políticos ou de consciência", convertidos ou revelados, da última hora.
Independente e livre, seguiu o seu caminho.
Morreu como sempre viveu: sem incomodar.
Levava na lapela a barretina do seu CM.
Hoje para muitos de nós é já e só Saudade.


Silêncio.




MORREU UM SOLDADO.




Publicado por: João Sena